Meditar, o que é?

Meditar é nadar para a margem. Quando você intuitivamente percebe que o mundo não faz sentido, inevitavelmente será levado a meditar. Você verá que não é possível obter respostas naquilo que seus sentidos lhe dizem, naquilo que suas emoções lhe sugerem, ou mesmo no que seu intelecto analisa e deduz. O que você busca está além desse trio de ilusões: os sentidos, as emoções e os pensamentos. Então compreenderá que não está buscando meios de decifrar enigmas, mas que não há enigmas a se decifrarem. Quando meditar, não tenha pressa. É necessário parar e sentar. Quando meditar, não tenha impaciências. A árvore não vem pronta. Na espiritualidade, nada vem pronto. Pingando gotas de água em um balde de lama, inevitavelmente obteremos um balde cheio de água límpida. 

Quando meditar, não carregue seus fardos nos ombros. Deixe-os no portão do templo, do lado de fora e, na saída recolha-os. Como poderá meditar se estiver em desequilíbrio, físico, emocional ou mental? Alivie-se disso tudo, pois são todos coisas ilusórias. Um dia você sairá do templo e perceberá que não há mais fardos na saída, pois nunca houve.

O benefício que a meditação traz para a vida cotidiana é exatamente fazer perceber que essa mesma vida cotidiana é uma ilusão. Quem se inicia a meditar, buscando a cura para os seus males diários, surpreende-se ao ver que na verdade eles nunca existiram, senão dentro da ilusória mente.

Os problemas se apresentam gigantescos para aqueles que estão sendo levados pela correnteza. A meditação simplesmente mostra a irrealidade de tais questões. O grande monstro nada mais era do que uma sombra. O que pode a escuridão sobre a luz da meditação, da espiritualidade? O personagem do drama se torna expectador, observador. Que desequilíbrio pode causar uma representação em uma branca tela.

Mas tudo se unifica para aquele que medita. Desaparece o "Eu", "Você" e o "Ele". Você passa a olhar para seu semelhante como se estivesse olhando para o seu filho mais amado, como se estivesse olhando para si mesmo. O amor revelado pela prática meditativa, pela prática espiritual, tudo unifica. Apresenta-se a leveza de quem começa a perceber que toda separação é ilusória e que somente Deus persiste.

Meditar é afastar a mente ilusória, que nos esconde a verdade da eterna presença do Supremo Ser, que está e sempre esteve em todos os lugares, em todos os dias, em todas as encarnações, em todos os planos. Quando meditamos, gradativamente diluímos e sutilizamos o peso, a densidade do mundo mental. A meditação contínua e persistente nos coloca de frente para a consciência.

Crescemos, quando meditamos. A espiritualidade nunca para de crescer, mesmo quando não percebemos seu avanço. Também não vemos a relva crescer, mas ela cresce.

Meditar é estar com o Pai. 

Meditar é realmente um supremo privilégio.

Experimente agora mesmo: 

Feche os olhos e imagine a sua frente uma montanha. Esta montanha representa tudo aquilo que impede você de ampliar a sua consciência. Então, imagine-se afastando esta montanha pelo seu lado esquerdo e veja agora a sua frente o caminho que vai até o sol. Então, respire e abra os olhos.

Viu como a fé na imaginação remove montanhas?